.:: Um Retorno Que Seria Improvável ::.



Olá, meninas... (e meninos)! Quanto tempo! Muitos não vão entender o motivo de colocar esta foto, em vez de unhas lindas, makes e produtos... Primeiro terei que voltar no ano passado, para explicar a minha ausência... Tentarei ser breve.

Ano passado, foi um ano muito difícil não só para mim, mas para a minha família. Perdi o meu avô, em abril de 2014. Meu pai, meu amigo... sofri muito, continuo sofrendo. Foi uma perda irreparável, mesmo sabendo que foram 95 anos. Mas pra mim, seria eterno. Então, esse retorno, dedico ao meu avô, Hélio Palhares. Toda a força e superação que eu tive.

Minha avó, sempre muito doente, piorou. Minha mãe ia e voltava para Minas Gerais, como se fosse ao bairro mais próximo. Muita internação, muito sofrimento e em agosto, ela se foi. No mesmo ano do meu avô... triste, é muito triste. Saberíamos que pela idade avançada, a hora que ninguém queria se aproximava, mas ninguém está preparado.

O tempo passou...

Eu sempre tive um caroço (bócio) na tireóide. Estava me incomodando muito, mas mesmo assim, não ligava. Passei por vários médicos e disseram que operar seria a solução. E o medo? Não, lógico que não iria operar. Mas teve um dia que me incomodou, ao ponto de não conseguir respirar quando estava deitada. Voltei ao meu cirurgião, que estava tentando há um ano me convencer e disse que iria fazer. Não estava preparada, pois tinha acabado de perder meus avós e mais uma situação no hospital, não seria legal.

Tudo foi muito rápido. Entre o pedido de internação e a autorização da cirurgia, não demorou nem uma semana. Na verdade, estava torcendo para ter aquela burocracia interminável do plano rs... mas quando a gente quer, não acontece. Fui lá. Cheia de medo, fazer a tal da tireodectomia, a extração total da tireóide. Meu cirurgião condenou a glândula, pois estava afetando a minha traquéia, tudo ruim rs... a cirurgia foi ótima! O cagaço passou, a recuperação no início, estava chatinha... mas depois, tirei tudo de letra e voltei a trabalhar.

Não conhecia, mas todo o procedimento de extração de nódulo, bócio, ou seja lá o que for, é levado para biópsia. Praxe... ok! Não me assustei em nada. O laudo demorou muito, sabe... meu cirurgião me ligando... até que um dia, recebi uma ligação dele. Estava no shopping com esse moço da foto... com uma voz meio que embargada, ele pediu que eu comparecesse ao consultório, mas que eu ficasse calma, que era nada demais... pois tinha que levar a amostra para outro laboratório, que seja realizado um estudo melhor, pois o laudo estava indefinido. Como assim indefinido? Já o conhecia o suficiente para notar que algo estava estranho. Algo estava errado, muito errado...

Liguei em outro dia, com mais calma, para saber a real situação, pois não iria aguentar essa aflição nem mais um dia. Foi então que recebi a notícia, mesmo por telefonia: neoplasia maligna. Na hora não acreditei. Esperei o dia da consulta e peguei o resultado para levar em outro laboratório. Foi então que li, reli, fixei meu olhar no resultado. Estava tudo confirmado. Só queriam classificá-lo. Não tem como descrever a dor, o desespero, na hora não dá para saber o que fazer. E você tem a internet em mãos... confesso que isso só atrapalhou e me deixou mais nervosa.

O resultado demorou mais de um mês para conclusão. E eu cobrando meu cirurgião, teve uma vez que fui ao consultório e o fiz ligar para o laboratório na minha frente. Passou um tempo e chegou. Foi confirmado o carcinoma papilífero. Não há grau, não há tipo... só esse nome. Fui avisando aos familiares, amigos, pois não sabia o que me esperava... mas todos diziam... de todos, esse é o mais fraco, é o mais bobo... a minha "via Crucis" começou aí.

Passei na minha endócrino com o resultado e ela pediu simplesmente para procurar um hospital para oncologia nuclear. Para que possa fazer a ablação, ou a iodoterapia. Pesquisei e encontrei a clínica São Carlos, em Botafogo. Antes de ser encaminhada, fiquei sabendo da famigerada dieta: sem peixe, sem biscoito salgadinho, sem tintura do cabelo, maquiagem, e o pior: sem pintar as unhas... por um mês antes do tratamento. Esse período, ainda estava me acertando com os hormônios sintéticos e estava só o pó. E até esses hormônios que me mantinham em pé, teria que ficar sem. Sei que parecia a Grazi em Verdades Secretas rs...

A minha operação foi em setembro e estava já em fevereiro. Consegui a minha primeira consulta na clínica e tão rápido como foi a minha cirurgia, marcaram a iodoterapia. A iodo consiste em tomar uma dose (dependendo do paciente), de iodo radioativo, para que matem as células de tireóide restantes, chamadas de remanescentes. Depois da dieta, que quase morri de fraqueza, fiquei internada três dias em um quarto especial, para eliminar toda a radioatividade e não contaminar ninguém. Foram 4 dias em casa isolada de adultos e mais 7 dias sem tocar em meu filho (esse grandão aí da foto).

E o tempo passou... me recuperei, acertei com os meus remédios... mas minha cabeça não. Todos os resultados deram negativos. Por milagre, não houve metástase. Pelo tempo que deixei, poderia ter ocorrido. Mas como falei, a minha cabeça não está legal, até hoje rs... penso em muita coisa, mesmo com resultados animadores. Pra mim, sempre estou com alguma coisa. Já fiz inúmeros exames, em todos os órgãos possíveis e até nos ossos! É uma vida um pouco ingrata, mas aprendo aos poucos conviver.

E agora vou explicar a foto... e o tempo que estava "off", uns dias antes da minha cirurgia, encontrei o meu amor, meu irmão, meu amigo, meu companheiro... éramos amigos. A gente só se falava por telefone. Esperou eu ter alta para me conhecer. E foi lindo! Encontrar minha alma não foi fácil... mas no momento mais difícil e mesmo eu pedindo para ir embora, ele ficou e enfrentou comigo todas as tempestades.

Esta foto, foi tirada em julho. Quando estava internada, pensei muito na minha vida, principalmente no meu filho, onde o meu futuro era incerto. Decidi fazer uma big festa, com todos os meus amigos e os deles também. Foi uma vitória, uma alegria em estar viva e comemorar os seus 10 anos.

Nesse tempo, nunca deixei de fazer as minhas unhas. Continuei postando no meu Instagram (@anacarolices). Então... o Carolices está de volta. Com novidades, com parceiros legais. Espero estar aqui sempre. Ah, resolvi não colocar "tags" sobre este assunto, pois não estou preparada para dar suporte sobre o que passei ainda. Quando tiver, juro que falo com todos que precisarem. Farei meu primeiro PCI (exame de corpo inteiro após o primeiro tratamento). Como eu falo, a minha cura é incerta... tenho que visitar hospitais pelo menos duas vezes ao ano. 

Os comentários serão bem vindos, tá? Aguardem as publicações...

Um beijo,
Carol.

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